quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Submersa em memórias...

sábado, 29 de outubro de 2011



‎'...29 de outubro... recorda-te? Lembrarás tu algum dia?
Irá esquecer-te? Voa pensamento... o meu
pousa na lembrança do dia....
que querendo ficar tive que partir...'

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Solidariedade

Uma coisa é SABER que a fome existe. Outra coisa é VER o cinza da fome. Outra coisa bem diferente deve ser SENTIR a fome...
Se cada pessoa fizer a parte que lhe cabe. Se cada pessoa fizer o que está ao seu alcance... sem muito esforço tenho certeza que teremos um mundo mais justo, mais humano.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ilegível *



Geralmente as idéias aparece-me à noite. Roubam-me o sono. Passo horas do dia, muitas vezes, tentando escrever... e nada. Sei tudo que quero colocar no papel. Mas a imprensão que tenho é que vejo todas as palavras por uma fresta da porta que está fechada. Assim, sinto-me imóvel diante das idéias que vagueiam em minha mente e se recusam a organizarem-se num escrito. Contudo, a noite a porta é arrombada! Até aí tudo bem pois, enfim, tenho meus pensamentos expressos em frases, parágrafos, textos. O problema é que a preguiça impede-me de levantar-me e ir até o computador. O que faz que eu espiche o braço e pegue um bloco de notas e cantenas. O resultado é que no dia seguinte tenho uma missão quase impossível: desvendar meu tatinhanês.

(*onde escreve-se ilegível lê-se letra feia!)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Rosa de Moçambique




Quantas rosas ainda terão que morrer nesta terra até que haja uma verdadeira luta contra a fome?
Vi Rosa chegar ao Hospital de Moma nos braços de sua mãe que percorreu quilometros a pé movida por uma esperança inquebrantável de salvar a vida de sua filha. Buscar socorro num hospital que não possui recursos básicos para atender aos enfermos. Há meses está em reforma. Os doentes foram alojados em barracas de lona da UNICEF. O local é imundo, camas sujas, cheiro insuportável, baratas por todo lado. Falta de medicamentos. Ambulâncias em eterno conserto. Carência de recursos humanos. Foi neste lugar que Rosa morreu. Morreu desnutrida e sem desvelo algum. Não teve uma vida digna! Não teve o direito de lutar pela vida! Não foi a fome que matou Rosa, foi os olhos cerrados de quem finge ou não quer ver a deterioraçao da vida humana em Moçambique. Foram os braços cruzados de quem pode fazer a diferença e mudar essa situação. Não foi a fome que matou Rosa, foi o descaso.
Durante sua viagem pelo norte de Mocambique (princípio deste ano), os discursos de Armando Guebuza eram carregados de palavras ocas sobre o empenho do governo em combater a pobreza do povo moçambicano. Em Moma, foi acolhido pela população com as ruas ornamentadas por cartazes que ostentavam frases prontas inspiradas em seu palavriado fastidioso. Enquanto muitas mães, com os filhos nas costas, percorrem de pés descalsos pelas péssimas estradas do país rumo aos hospitais o presidente sobrevoa a miséria do povo realizando uma chegada pomposa acompanhado de sua comitiva, em 7 helicópteros.
Durante sua breve estada na Vila de Moma, Guebuza foi levado para vislumbrar a reforma do hospital. Ele transitou pelos corredores vazios da construção. Nem por um segundo ergueu a vista para as barracas que abriga os desvalidos que agonizam naquele lugar lastimável. Será que Armando Guebuza não perguntou onde estavam os doentes? Ou então ele imagina que não há enfermidades nesta regiao do país? Porque as autoridades locais perderam a oportunidade de apresentar as dificuldades que o distrito enfrenta na área da saúde?
É sabido que Moçambique faz parte do grupo de países mais subdesenvolvidos do mundo. Estudos apontam que a expectativa de vida é de 46 anos enquanto a mortalidade infantil é elevadíssima. Doenças como a malária, a cólera e o HIV/SIDA maltratam o povo. O país carece de infra-estrutura, de estradas asfaltadas, educação de qualidade, sistema de saúde adequado. Somado a tudo isto, a fome massacra a população pobre. Moçambique continua a ser um país exportador de matérias-primas. Possui um setor indutrial incipiente, necessitando, assim, importar produtos alimentícios básicos, em sua maioria da África do Sul. O orçamento do estado moçambicano é financiado em torno de 50% pela ajuda externa.
Neste ínterim, diante da situação calamitosa que grande parte da população moçambicana se encontra, é obsceno o poder público se dar ao luxo de pagar $2000.00 USD por hora, a uma empresa, pelo aluguel de cada um dos 7 helicópteros que serviram para o conforto e bem estar do presidente e de sua comitiva. O povo moçambicano está tendo seus direitos pisoteados por uma minoria que apoderou-se do poder político e econômico, usufruindo-o em benefício próprio.
Falar de direitos humanos e não escutar o povo é uma farsa. Estou convencida que não se conhece as mazelas do povo sem caminhar do seu lado. Paulo Freire já dizia que o verdadeiro revolucionário não luta pelo povo, mas luta com o povo. Esta é a questao primordial que se coloca.
Rosa, pequena, indefesa. Não tinha mais do que dois anos, penso. Mal conseguia abrir os olhos e forças lhe faltavam para manter o pescoço firme. Dispensável falar de sua magreza. Mas chorava, muito. De fome, de dor… não sei. Era um choro, acredito, em busca de socorro, de luta pela vida.
Moçambique possui muitas outras ‘Rosas’ que poderiam enfeitar o país mas que estão desfalecendo por falta de zelo. Resistência, fé, liberdade … nosso povo moçambicano não pode perder a esperança. Unidos, sejamos as vozes que denunciem esta realidade espessa ao mundo.

segunda-feira, 14 de março de 2011


Dizem as más línguas que tem gente por aí que gosta tanto da democracia que nem a usa pra não gastá-la!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011


De todas limitações que a condição humana me impõe a que mais me angustia, neste momento, é querer estar em dois lugares e não poder... Tati Soares



É inimaginável supor que eu possa,

algum dia, me conformar com as

estruturas injustas da sociedade

que dilaceram, covardemente,

a dignidade humana! Tati Soares

Hoje posso falar, parafraseando Paulo Freire, que ao chegar em solo africano me senti como quem voltava e não como quem chegava. Me sinto em casa! Me sinto parte daqui... e na verdade sou! Tati Soares


O amor pela vida é
a mola propulsora
do revolucionário que
luta para que os direitos
humanos não sejam
apenas palavras bonitas
impressas em documentos
mas que possam ser vividos
por todos em sua plenitude.
Tati Soares



Tenho saudades de minha vida no Brasil na
mesma proporção que amo viver em Moçambique!
Tati Soares